sábado, 25 de junho de 2016

SOLIDÃO



Todos que estamos matriculados na escola terrena seguimos, ainda que não saibamos, para a felicidade!
Ainda assim, ha horas de desafios e problemas. Situações de conflito e dor.
Quem de nós já também não experimentou períodos de solidão.
Aquela sensação de vazio, ainda que em meio a multidão.
Onde os que sorriam conosco antes? E aqueles abraços de corações amigos que nos confortavam?
E os que partilhavam o pão conosco e se foram?
Dias de provas acerbas, de espinhos dolorosos, de incompreensões e amargor.
Em torno o silencio...
Mas, se apesar da dor, observarmos com atenção, perceberemos uma doce claridade sobre nós.
Pois que, ninguém, de fato, está completamente sozinho.
Não quando compreendemos a Bondade de Deus.
Ha amores invisíveis aos nossos olhos, mas que nos cercam com ternura e esperança.
Como proferem os Espíritos São Luiz e Santo Agostinho: Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos”. (questão 495 de “O Livro dos Espíritos”)
Sim, almas enviadas de Deus nos cercam e envolvem em sua luz, estimulando a paciência e a fé.
Ou seja, de uma perspectiva espiritual a verdadeira solidão não existe. Falamos, do ponto de vista psicológico, de sentimentos de solidão: aquele que se caracteriza por um estado de quietude interna, onde a criatura entra em contato com sua própria essência e sente-se em paz; ou aqueloutro que se manifesta através da tristeza de sentir-se só.
Mesmos essa solidão angustiante é um convite ao nosso melhor.
Segundo Hammed (em “As Dores da Alma” por Francisco do Espírito Santo Neto), o primeiro trata-se de importante momento de reflexão, onde exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à consciência divina. O segundo relaciona-se aos nossos conflitos internos.
Somos chamados a aprender a vencer nós mesmos, nossas vaidades, orgulhos, preconceitos...
Abençoada solidão que nos dá oportunidade de rever conceitos e abrir o coração.
Como esclarece Emmanuel, no Livro "Fonte Viva", psicografia do amado Chico Xavier: "Choramos, indagamos e sofremos... Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso? A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida. A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza. A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. Não nos cansemos de aprender a ciência da elevação. Lembremo-nos do Senhor Jesus que escalou o Calvário, com a cruz aos ombros feridos. Ninguém O seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça."
Sim, que belo ensinamento de Emmanuel... 
Saibamos enfrentar a cruz de nossos testemunhos, abrandando os sofrimentos com o coração repleto de amor. Como afirma constantemente o orador e médium Divaldo Franco, quem é solidário jamais será solitário!
Certa feita, perguntado sobre quem mais sofre no mundo, respondeu Chico Xavier: "Quem mais sofre no mundo é quem tem mais tempo para si mesmo. Quando o sofrimento alheio nos incomoda, o nosso não nos incomoda tanto… Eu tinha que ir para o “Luiz Gonzaga” escutar o povo; escutando aquela fila, acabava me convencendo de que o que eu sofria não era nada…"
Em verdade, temos tesouros de amor na alma.
Embora tenhamos tidos dissabores, decepções, abandonos... façamos uso dessa riqueza interior.
Ha tanta fome de carinho, tanta sede de paz pelos caminhos do mundo.
Superemos nossa aflição, enxugando a lagrima de alguém e nunca mais sentiremo-nos sozinhos, pois aonde quer que nossos passos nos conduzam, teremos um irmão para abraçar e amar!

"Solidão" - Alceu Valença


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