sexta-feira, 24 de junho de 2016

O CÂNTICO DA IMORTALIDADE


Vivemos...
E até então, a vida tem se me apresentado como uma verdadeira benção.
Não porque esteja isento de dores e dificuldades... mas por, desde menino, tenho vivenciado experiencias que me comprovam a grandeza da existência. 
Nas oportunidades de verificar os valores da dignidade, da compaixão, da bondade, da fé...
E nos lances de luz, que vem nos revelando a Imortalidade do ser.
Recordando da infância, me vem a tela do pensamento as inúmeras pessoas que vinham ao nosso lar, em busca das preces e imposições das mãos que meu pai realizava. 
Quantos corações sofridos... quantas lagrimas... mas acima disso, a presença vibrante da fé e do carinho que envolvia aquelas pessoas. A luz do Evangelho Segundo o Espiritismo, meu pai exortava a Bondade de Deus e a grandeza da Vida que jamais acaba.
Realizava comoventes preces, impunha as mãos, revivendo aqueles quadros tão belos do Evangelho do Cristo, e as pessoas saiam revigoradas e fortalecidas.
E sempre presente as exortações de meu pai, estava a afirmação da presença dos seres espirituais, criaturas benevolentes, homens e mulheres que vivenciaram as experiencias materiais, como todos nós, e prosseguiam vivendo além tumulo, amando e amparando os que aqui continuam em sua jornada terrena.
Quantas e quantas vezes, nos socorreram em nossas necessidades de consolo e esperança, esses seres luminosos, nos comprovando que acima das aflições, brilha a Vida vencendo a morte. Nada diferente da bela imagem da Ressurreição do Cristo, nos estimulando o coração a prosseguir perante os dissabores e problemas, cientes que nada pode destruir-nos.
O Espiritismo, nada mais vem realizar que nos recordar esses princípios celestes que regem a humanidade. Traz-nos de volta o Cristianismo naquela pureza singela, que enchia de coragem o intimo dos mártires, que seguiam cantando aos circos das ignominias da antiga Roma, dando o testemunho do perdão e da fé viva.
Os fatos espiritas sempre existiram... mas na atualidade, o homem é chamado a compreende-los, saindo do misticismo e fantasias, para a realidade mais profunda do ser. 
Não morremos e são exatamente os que partiram antes de nós que vem dar seu testemunho, ao longo de toda historia humana.
Relendo o belo exemplar do escritor francês Léon Denis, "Os Espíritos e os Médiuns", no capitulo 2, chamado "Os Fenômenos Espiritas", nos deparamos com belo exemplo do que falamos:

Mais recentemente, o pastor Wynn, que goza de certo renome como pregador na Inglaterra, publicou um pequeno volume, muito substancioso, em que relata toda uma série de fenômenos comprobatórios da sobrevivência de seu filho Ruperto. 
Este jovem, caído gloriosamente nas linhas inglesas, durante o Grande Cataclismo, manifestou-se de diferentes maneiras, por vários médiuns que não o conheciam, nem a seu pai, em condições notáveis de autenticidade. 
O Sr. Wynn, que a princípio era cético com respeito ao Espiritismo, chegou a reconhecer a sua validade, aderindo a ele publicamente. 
Em continuação, reproduzimos um dos fatos assinalados em sua obra  Ruperto Vive
O autor se expressa assim: 
“Uma noite do mês de julho de 1918, subi a um vagão de terceira classe, na estação de Marylebene (bairro de Londres) para ir a Chesham. No fundo do compartimento se achavam sentadas duas senhoras, uma de frente para outra. Pus-me a ler meu diário The Evening Standard. Quando o trem se aproximava de Harrow, ouvi que uma das senhoras dizia a sua acompanhante: 
– Permita-me, sou espírita e médium; suponho que a senhora não terá medo, mas sua mãe está sentada ao seu lado. Ela me disse que passou para o Além recentemente, e me roga que lhe transmita algo. 
Não esquecerei nunca a expressão da senhora a quem se dirigiam essas palavras inquietantes. Ficou pálida. Sem dúvida despertaram-lhe todos os seus preconceitos religiosos e, com uma disposição de espírito anticientífica, murmurou: 
– Mas, eu não creio no Espiritismo. É contrário a meus princípios. Por outra parte, eu não a conheço e a senhora não conhece a mim. Como sabe a senhora que minha mãe morreu?
– Eu sei que sua mãe passou para o Além, porque ela mesma me disse, respondeu a outra. Está sentada a seu lado e, além disso, falou que a senhora se chama Gracia. (Aqui a informou de uma comunicação pessoal que fez a cética senhora trocar imediatamente de idéia. É-me impossível, por seu caráter particular, publicar essa comunicação, ainda que seja parte dessa assombrosa revelação). 
Voltando-se para mim, a médium disse: 
– Creio conhecê-lo. É o senhor Wynn, de Chesham, verdade? Seu filho Ruperto veio outra noite a uma de minhas reuniões e me rogou que lhe pedisse para ter uma sessão com meu marido e comigo, em sua biblioteca, e que permitisse a meu marido fotografá-lo. 
A senhora me falava tranquilamente, e de um modo muito natural, como se estivesse me oferecendo uma taça de chocolate. 
– Senhora, disse-lhe, tanto minha esposa quanto eu teremos muito gosto em recebê-la. 
A senhora Rice – assim se chamava a médium, – veio a Chesham com seu marido. Sentamo-nos em minha biblioteca. Essa senhora, que vive em Nara, Northwood, Middlesex, nunca havia estado em nossa casa. Eu não lhe havia dito nada de Ruperto, e tinha preparado certas perguntas para pôr à prova sua clarividência. 
Fazia só alguns minutos que se havia sentado quando se manifestou W. T. Stead. Era o aspecto, os
trejeitos, a voz do grande periodista, que me deu provas de sua identidade verdadeiramente incontestáveis. 
Depois veio Ruperto, falando com o seu tom familiar habitual. Respondendo às minhas perguntas, mostrou o lugar da casa onde dormia, a gaveta onde colocava suas cartas. Falou da gata que uma vez trouxe do campo, pequenina, suja e meio morta, disse-nos o nome dela, a cor do pêlo, e deu uma porção de detalhes de nossa vida íntima que a médium não podia conhecer de maneira nenhuma.
Depois, obtivemos a fotografia de Ruperto, de forma tal que os peritos fotógrafos, a quem ela foi mostrada, afirmaram-me que seria impossível, com todos os seus recursos, obter um resultado semelhante. Todos os membros da família e amigos de meu filho o reconheceram imediatamente.” 
Como conclusão, o pastor Wynn declara: 
“Antes eu acreditava na sobrevivência, só pelo ato da fé; hoje, creio nela porque sei que é certa.” 
Com respeito às suas convicções religiosas, acrescenta: 
“Estas investigações tiveram como resultado fortificar minha crença em Cristo e nos ensinamentos do Novo Testamento. Hoje compreendo centenas de coisas da Bíblia que antes não podia compreender.”

E assim prossegue o Cântico da Imortalidade proferido por Jesus, até nossos dias, a fim que tenhamos consciência que a Vida é Imbatível e que aqueles que partiram antes de nós pelo fenômeno da morte, não deixaram de existir, e seguem nos enviando suas vibrações de amor e ternura, pois que nossos laços são eternos!

"O Homem" na voz de Elizabete Lacerda

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