sábado, 18 de junho de 2016

A FONTE DA VIDA



"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida"
Assim profere o livro de Provérbios, na Bíblia.
Essa citação nos revela grande verdade.
O Cristo proferiu que nem só de pão vive o homem...
E com acerto observamos isso todos os dias.
Quantos aflitos da alma... quantos seres angustiados e desesperados...
Quantos homens de cofres abarrotados, mas famintos de paz, de serenidade...
Por mais que esteja de estomago farto, não faltam pessoas com o intimo faminto de conforto, de carinho.
O coração, representando a sede dos sentimentos, roga atenção.
Hoje, estamos na época dos super avanços da inteligencia.
Mas ao mesmo tempo, do desvalor e queda dos sentimentos.
Não é sem razão que a depressão foi considerada a doença do século.
Desnutridos em nossas forças interiores, não encontramos energia para enfrentar os desafios do mundo.
O orgulho e o egoismo são nos apresentados pelos Espíritos Superiores como a fonte de todos os males que o homem enfrenta. E nisso, podemos colocar uma variedade de enfermidades físicas e psíquicas, geradas pelo descaso com nosso mundo emocional.
Veremos no exemplo de vida da Santa de Calcutá o encontro desta verdade.
No livro "Vem, sê a minha luz", ed. Aletheia, Madre Teresa faz o relato:

"Recentemente, um homem veio ter comigo na rua e perguntou-me: "A senhora é a Madre Teresa?” Eu respondi: “Sou.” Então ele disse-me: “Por favor, mande alguém a minha casa. A minha mulher está meia louca e estou meio cego. Mas ansiamos ambos por ouvir o som amável de uma voz humana.” Eram gente abastada. Tinham uma casa com tudo. Mas estavam a morrer de solidão, estavam a morrer por ouvir uma voz humana. 
Como é que sabemos que ao lado da nossa casa não vive alguém assim? Sabemos quem são as pessoas, onde estão elas? Vamos à procura delas e, quando as encontrarmos, amemo-las. Depois quando as amarmos havemos de as servir. 
Deus continua hoje a amar tanto o mundo que entrega cada um de nós para amarmos o mundo, para sermos o amor Dele, a compaixão Dele. É um pensamento tão belo para nós - e é uma convicção - de que nós podemos ser esse amor e essa compaixão. 
Sabemos quem são os nossos pobres? Conhecemos os nossos vizinhos, os pobres da nossa área de residência? É fácil falarmos sem cessar sobre os pobres de outros locais. Muitas vezes, temos os que sofrem, temos os que estão sozinhos, temos as pessoas velhas, indesejadas, sentindo-se profundamente infelizes - que estão perto de nós e nós nem sequer as conhecemos. Nem sequer temos tempo para lhes sorrir. 
A tuberculose e o cancro não [são] grandes doenças. A meu ver, doença muito maior é não ser querido, não ser amado. A dor que estas pessoas sofrem é muito difícil de compreender, de penetrar. Parece-me que é por essa dor que a nossa gente está a passar em todo o mundo, em todas as famílias, em todas as
casas.
 
Este sofrimento repete-se em cada homem, em cada mulher e criança. Parece-me que Cristo está novamente a sofrer a Sua Paixão. E temos de ser nós a ajudar essas pessoas - temos de ser Verônica, temos de ser Simão para eles. 
Os nossos pobres são gente fantástica, gente muito amável. Não precisam da nossa piedade nem da nossa compaixão. Precisam da nossa compreensão do nosso amor e precisam do nosso respeito. Nós precisamos de dizer aos pobres que eles são alguém para nós, que também eles foram criados, pela mesma mão amorosa de Deus, para amarem e serem amados."

Essa constatação também não esta longe de nós. 
Se abrirmos nossos olhos veremos em toda parte alguém a necessitar de um gesto de ternura de nossa parte... um pequeno raio de luz que diminua a escuridão de seus caminhos.
Nisto acabaremos por nos imunizar dos males que, por ventura, nos atormentem.
A época de crises que atravessamos, nos chama de todas as formas a irmos de encontro a sabedoria do coração.
Como nos esclarece o Espirito Laura, na obra "Nosso Lar", Cap. 18, psicografada por Chico Xavier: "A prática do bem constitui simples dever. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal constituem sólidos alimentos para a vida em si". 
Sim, se quisermos viver e viver abundantemente, como Jesus nos convida em seu Evangelho de Amor, será necessário passarmos a nutrirmos uns aos outros com a mais pura fraternidade. 
Venceremos as aflições do caminho, seremos plenamente felizes... mas antes teremos de passar a optar pelos caminhos do coração!

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