terça-feira, 19 de julho de 2016

HUMILDADE E PACIÊNCIA

Por Márcia Q. Silva Baccelli

 

Cada época se define por uma visão do Universo e se exprime pela dominância de determinado tipo de homem.
Ontem, o homem dominava pela força física, lutando um contra o outro para deter o poder e a autoridade. Hoje, o homem domina pela ciência. É o conhecimento intelectual investigando os ares, a Terra e os mares. Amanhã será a vez do homem dominar através do coração, permitindo que o sentimento de amor seja o laço de união entre todas as criaturas.
A Doutrina Espírita alarga o nosso horizonte de compreensão a respeito da vida, ensinando-nos que ela é uma viagem que nos conduz a um objetivo: a conquista da perfeição.
Mas, pelo caminho, o espírito se defronta com inúmeros obstáculos e espinhos que ameaçam destruir os seus mais belos ideais. No entanto, se o seu olhar é dirigido para o alvo a atingir, pouco lhe importam as asperezas da senda.
Enquanto existirem duelos mentais e ódio sobre a face da Terra, o verdadeiro Reino de Deus ainda não terá chegado. Esse Reino de pacificação e de amor deverá banir do nosso mundo a discórdia e a guerra. Os homens não necessitarão sobrepor-se uns aos outros, não conhecerão entre si antagonismos senão a nobre “competição” de fazer o bem.
No Evangelho, encontramos a expressão de Jesus: “Bem-aventurados aqueles que são brandos e pacíficos, porque eles possuirão a Terra.” (Mateus 5:4)
O mundo está impregnado de preconceitos monstruosos, onde aquele que responde aos golpes do ódio com o perdão é considerado um covarde, um bobo! A humildade e a caridade cristã ainda lutam para apropriar-se do coração humano, interditando o mal e exaltando o bem.
Chico Xavier falou-nos, certa vez, da importância da conquista do perdão para a garantia da paz, assim se referindo ao agressor:
— Você está perdoado pelo que fez, está perdoado pelo que está fazendo e está perdoado pelo que irá fazer!...
São os atos do passado, do presente e dos acontecimentos que estão por vir que interferem no comportamento humano. Mas o perdão abrange todas as etapas do desenvolvimento espiritual, garantindo a paz àqueles que o vivenciam em todas as épocas de seu aprendizado.
Recentemente, ao final do trabalho no Grupo Espírita da Prece, Chico foi abordado por um jovem, que indagou-lhe:
— Chico, é muito grande a luta que nós, os espíritas, estamos enfrentando para garantir a nossa transformação. Quais são os caminhos que devemos tomar para persistir na seara espírita?
— Ah, meu filho, só conseguiremos vencer através de dois caminhos: humildade e paciência!

(Fonte: “O Espírita Mineira) número 209, setembro/novembro de 1991)

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