sábado, 3 de setembro de 2016

PROCURA-SE UM POUCO DE AFETO

"Por onde fores, carrega contigo a bênção do entendimento e a luz da compaixão." (Meimei)

Onde quer estejamos no mundo...
Ha um clamor, uma rogativa, que passa despercebida pelos homens.
Assim diz Meimei, através da mediunidade psicográfica de Chico XavierE à frente de cada companheiro ou companheira que te cruzem a estrada, estejam eles cobertos de douradas titulações ou vestidos de andrajos, lembra-te de que cada um deles carrega no coração esta rogativa sem que a vejas: — “Compadeça-te de mim”.
Hoje chora-se, como nunca, pela falta de afeto e consideração.
A ausência de carinho também mata.
Passamos distraídos uns pelos outros sem notarmos a dor, a aflição alheia.
Me recordo de uma frase atribuída a Santo Agostinho: As pessoas viajam para admirar a altura... o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem.
Talvez exatamente por isso sintamo-nos tão solitários e vazios.
Uma dor, que não sabemos definir, nos toma o peito, uma angustia sem nome nos perturba a mente.
Mas naquele passo de socorro a dor de alguém, nos deparamos com um alivio indefinível.
Conta-nos Madre Teresa de Calcutá: Nunca esquecerei uma experiência que tivemos faz algum tempo em nossa cidade. Fazia meses que não tínhamos açúcar e um meninozinho hindu, de quatro anos, foi a sua casa e disse a seus pais: “Não vou comer açúcar por três dias, vou dar o meu açúcar a Madre Teresa”. 

Era tão pouquinho o que trouxe depois de três dias! Mas seu amor era muito grande. É muito importante ter uma vida de paz, de alegria, de unidade. Para isso não creio que haja uma ciência maior que o amor pelo ser humano. 
Devemos aprender, como esse menino, que não é quanto damos mas sim quanto amor colocamos ao dar. Deus não espera coisas extraordinárias. Depois que recebi o Prêmio Nobel, muita gente fez doações; alimentaram aos nossos, trouxeram roupas, fizeram coisas bonitas. Uma tarde encontrei um mendigo na rua, que, veio até mim e disse: Madre Teresa, todos estão te dando algo, mas hoje, por todo o dia, só consegui duas moedinhas e quero dar-te isso. Não posso contar-lhes a alegria irradiante de seu rosto porque aceitei essas duas moedinhas sabendo que se ele não recebesse hoje algo mais, teria que dormir sem comer, mas sabendo também que o teria ferido muito se não as tivesse aceitado. Não lhes posso descrever a alegria e a expressão de paz e de amor de seu rosto. Só lhes posso dizer uma coisa: ao aceitar as duas moedinhas senti que era muito maior que o Prêmio Nobel, porque ele me deu tudo o que possuía e o fez com tanta ternura. Essa é a grandeza do amor. Tratemos de colocá-lo em ação. Onde
está Deus? Sabemos que Deus está em todas as partes. Na profundeza de nossos corações todos temos esse desejo, essa chama ardente, esse desejo de amor a Deus. Mas: como podemos amar a Deus, a quem não vemos se não o amamos nos outros a quem vemos? Quando vocês vêem uma pessoa na rua, quem é ela para vocês? Seu irmão? Sua irmã? A mesma mão amorosa que o criou, criou a todos. 
Nós, as irmãs e eu, temos visitado pessoas que não têm nada nem ninguém, pessoas às quais ninguém ama, nem cuida e não só na Índia. Na África e na Índia temos gente faminta de pão, mas na América, Europa e todos os lugares onde trabalham as irmãs, a pessoa tem fome de amor: de ser necessária, de ser amada, de ser alguém para os outros. 
Certa vez, creio que em Londres ou Nova Iorque, segurei a mão de alguém sentado na rua. Ele segurou a minha mão e me disse: “Oh!... esta é a primeira vez em muitos anos que sinto o calor da mão de alguém. Em tantos anos, ninguém nunca tocou minha mão. Não senti um calor humano ou o calor da mão”! Jamais me esquecerei disso.
Somente quando despertarmos desse torpor egoísta e hedonista, venceremos o "câncer" que nos devora como indivíduos e sociedade.
Sem a manifestação de nossos poderes da alma, não iremos longe.
Poderes que revelam-se na arte do bem querer, do compreender, do colocar-se no lugar do outro, do doar-se.
Será no contato com nossos corações amorosos que se iniciará um contagio de esperança e de paz.
A revolução final está nas mãos do homem de bem que, amorosamente, vê no próximo um espelho de seus anseios, sonhos e alegrias!
Amemos, pois, tudo passará a ser diferente.

2 comentários:

  1. Como você me emocionou com esse artigo, Diogo! Compartilhei levando o meu coração
    Obrigada, amigo.Feliz domingo.

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    1. Eneida, boa tarde!
      Fico muito feliz que tenha gostado. Nosso desejo é servir com muito carinho. Deus lhe envolva o coração gentil em luz e paz. Continue irradiando ternura em cada passo! Semana de muita alegria!!

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